Diabetes tipo e os tipos de insulinas

A insulinoterapia é a base para o tratamento do diabetes melito tipo 1 (DM1), enquanto a orientação alimentar, a atividade física e o monitoramento glicêmico são procedimentos complementares no tratamento desta condição. Antes da descoberta da insulina, quase 100% dos pacientes com DM1 morriam precocemente.

O objetivo do tratamento do DM1 é manter a glicemia o máximo do tempo dentro da meta estabelecida pelo médico, e assim a hemoglobina glicada (HbA1c ou A1C) o mais próximo possível da normalidade. Hoje sabemos que se mantivermos a glicemia em 70% do tempo entre 70 a 180 mg/dL diminuem muito os riscos de complicações agudas (cetoacidose diabética) e crônicas (retinopatia, nefropatia, neuropatia e doença cardiovascular).

Para evitar:

  • Complicações agudas (cetoacidose diabética) e
  • Complicações crônicas (retinopatia, nefropatia, neuropatia e doença cardiovascular).

Você deve ter ouvido falar da importância de manter a hipoglicemia dentro da normalidade. Mas deve-se ter cuidado, pois a hemoglobina glicada (HbA1c ou A1C) que é uma média da glicemia dos últimos 3 meses, pode estar baixa as custas de hipoglicemias, apesar do paciente ter vários eventos de hiperglicemia. Lembrando que são os eventos de hiperglicemia que geram os produtos de glicação avançada (AGE) envolvidos na complicações crônicas.

Antes de falarmos sobre as insulinas é importamos saber que te temos dois padrões de liberação de insulina pelo pâncreas: um ao longo do dia de forma constante, que chamaremos de BASAL, e outra de liberação rápida e em pico para absorver a glicemia de uma refeição, chamaremos esta de BOLUS.

1.Origem

Quanto à sua origem, a insulina pode ser classificada em insulina animal, insulina humana e análogos de insulina. Durante muitos anos, dispunha-se no mercado nacional apenas de insulinas de origem animal (bovina, suína e mista).

1.1 Origem Animal

Atualmente, as insulinas de origem animal têm apenas interesse histórico, mas já foram muito importantes. Elas eram r absorvidas mais lentamente pelo tecido subcutâneo e por isso, o início e pico de ação eram mais lentos,. Coimo eram de origem animal provocava muitos processos alérgicos e lipodistrófias.

1.2 Origem Humana

As primeiras insulinas humanas que surgiram foram a NPH (Humulin®, Novolin®) e a Regular (IR).

Insulina NPH

Dve ser administrada no tecido subcutâneo e começa a agir em média de 2 a 4 horas. Seu pico de ação ocorre por volta de 4 a 10 horas e ela dura em média 12 horas. Devido ao tempo de duração precisa ser aplicada 2 a 3 vezes ao dia dependendo da dose e recomendação médica.

Regular (IR)

Utilizada para cobrir os carboidratos das refeições (bolus) e corrigir hiperglicemias.

Após aplicação no tecido subcutâneo, tem seu início de ação entre 30 e 60 minutos. Seu pico de ação ocorre por volta de 2 a 3 horas após a aplicação e e ela dura em média 8 a 10 horas.

Insulinas Análogas

Ainda dentro da categoria de insulinas humanas, surgiu posteriormente as insulinas análogas às humanas. Ou seja a molécula da insulina foi modificada para termos melhores efeitos farmacológicos como maior rapidez na absorção e maior ou menor tempo de ação. Nesta categoria vamos dividir as insulinas em: as de ação longa, de ação rápida e ultrarápida.

Insulina de ação rápida e ultrarápida

Utilizada para cobrir os carboidratos das refeições (bolus) e corrigir hiperglicemias.

São representadas pelos análogos Lispro(Humalog®), Aspart (NovoRapid®) e Glulisina (Apidra®).

Após aplicação subcutânea, tem seu início de ação entre 5 a 15 minutos, com o pico de ação entre 0,5 a 1,5h. Duração total 2 a 4h.

A insulina mais nova é a FIASP, considerada ultrarápida. Após aplicação subcutânea, tem seu início de ação entre 5 minutos, com o pico de ação entre 0,5 a 1h. Duração total 2 a 3h. Garante melhor qualidade de vida por evitar grandes esperas apara a alimentação. A bula indica que pode ser usada em crianças de ano ou mais.

Insulina de ação lenta: Detemir (Levemir®), Glargina (Lantus®), Tresiba
Glargina (Lantus®)

O principal representante desse grupo é a Glargina, cujo início de ação ocorre dentro de 2 a 4 horas após a injeção SC. Tem duração uniforme durante, aproximadamente, 24 horas, sem picos, com variabilidade inter e intraindividual baixa, menor do que a encontrada com a insulina NPH.

Detemir (Levemir®),

Após injeção SC tem início de ação em 2h, sua ação é bem constante, não é descrito pico e ação na literatura e duração efetiva de 18 a 20h.

Apesar de ser menos potente do que a Glargina (Lantus®), quando usada em doses equivalentes, propicia controle glicêmico e frequência de hipoglicemia similares.

Degludeca (Tresiba®)

Após injeção SC tem início de ação em 30 a 90 minutos com efeito que se prolonga por até 42 horas, podendo ser considerada. Não apresenta pico de ação, mantendo uma glicemia mais constante e evitando hipoglicemias noturnas.

Um estudo comparativo entre insulina Glargina (Lantus®) e Degludeca (Tresiba®) utilizadas como insulina basal em pacientes com DM1 tratados durante 2 anos, mostrou taxa de hipoglicemia noturna 25% menor no grupo Degludeca (Tresiba®), com similar controle glicêmico.

Como aplicar

Durante décadas após a descoberta da insulina as pessoas com diabetes tinham que injetar a insulina usando seringas e frascos, processo que muitos achavam complicado e indiscreto. Hoje, muitos ainda usam frascos e seringas, mas as insulinas também estão disponíveis em formas de caneta para aplicação.

A caneta de insulina foi desenvolvida com o objetivo de facilitar a aplicação de insulina, acabando com o estigma frasco–seringa, substituindo-o por uma forma discreta, prática e muito confortável para o paciente com diabetes.

Esse tipo de aplicação está mais adequado ao estilo de vida das pessoas atualmente, acabando com o constrangimento e com a inconveniência na hora da aplicação, contribuindo também com o transporte.

Existem dois tipos de canetas no mercado: as descartáveis e as reutilizáveis, também conhecidas como permanentes. Atualmente ambas são muito utilizadas.

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Christine Rolke

Christine Rolke

Sou mãe de 3 meninas lindas. Quando minha segunda filha, Livia fez 13 meses de idade ela foi diagnosticada com diabetes mellitus tipo 1. Isso fez com que minha vida mudasse e trouxe muitas dificuldades que me fizeram estudar a fundo a DM1.

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