Diabulimia e o Diabetes tipo 1

Definição

A diabulimia é um transtorno alimentar que acomete jovens mulheres e adolescentes portadoras de diabetes mellitus, principalmente, o tipo 1 (DM1). Nesse quadro a paciente deixa de aplicar a dose adequada de insulina para perder peso. O que parece ser uma alternativa rápida e eficaz para emagrecer, já que diabéticos tem dificuldade em manter o peso, tem se tornando um transtorno crônico que acomete quase metade dos diabéticos, levando-os a depressão, suicídio, restrição alimentar severa e vários outros distúrbios sistêmicos.

Esse transtorno mental começa com uma vontade aparentemente inofensiva de perder uns quilinhos, o que pode ser incentivado pelo rigoroso controle da dieta e foco demasiado a rótulos, quantidade de carboidratos, peso, índice glicêmico. Sem dúvida a preocupação com a dieta e com a glicemia é indispensável para a saúde do diabético, o que não pode ocorrer é uma busca pela perfeição. Crises hipo ou hiperglicêmicas podem ocorrer mesmo com um tratamento impecável, o mais importante nesses casos é a monitorização continua, lembrando de contentar-se com todos os avanços e bons resultados.

Sintomas da diabulimia:

  • Omissão e vergonha do tratamento e dos resultados.
  • Negligência no controle do diabetes.
  • A1c inconsistente com as leituras do medidor.
  • Medo de engordar por conta da insulina.
  • Insatisfação com o próprio corpo.
  • Constante hiperglicemia.
  • Medo do açúcar baixar no sangue.
  • Deixar de aplicar a insulina ou aplicar em menor quantidade.
  • Níveis altos de hemoglobina glicada (HbA1c) de 9 ou acima.
  • Atividade física excessiva.
  • Aumento do padrão de sono.
  • Controle extremamente rígido da dieta.
  • Aumento ou diminuição acentuada da quantidade de comida ingerida.
  • Vômito induzido após as refeições.
  • Perda de peso inexplicável.
  • Ansiedade e depressão.
  • Menstruação irregular ou ausente.
  • Cabelo e pele secos.
  • Náusea constante.
  • Infecção urinária recorrente.
  • Diminuição da visão, pode se apresentar embaçada.
  • Sede e micção recorrente.
  • Baixa concentração de sódio e/ou potássio.

Consequências

Em condições como a diabulimia o corpo passa a trabalhar com uma quantidade de açúcar no sangue muito maior do que o aceitável, essa hiperglicemia continuamente elevada acarreta consequências graves e até irreversíveis para saúde.

Consequências a curto prazo:

  • Aumento do tempo para cicatrização de feridas.
  • Má circulação.
  • Maior susceptibilidade para infecções.
  • Atrofia muscular.
  • Interrupção da menstruação.
  • Desidratação severa.
  • Desequilíbrio eletrolítico (desregulação dos níveis de sódio e potássio).
  • Cetoacidose diabética.
  • Desnutrição – sem a insulina o corpo não consegue utilizar os nutrientes ingeridos.

Consequências a longo prazo:

  • Retinopatia – manchas pretas na visão, pode causar cegueira.
  • Edema macular – inchaço no fundo do olho, pode causar danos permanentes se não for tratado.
  • Neuropatia periférica – acomete os nervos é causada principalmente por má circulação, pode provocar dor, queimação, formigamento e fraqueza nos pés, nas mãos e nos braços.
  •   Síncope vasovagal – causa uma queda súbita de pressão e do ritmo cardíaco podendo levar ao desmaio, é motivada pelo estresse ou mudança de posição.
  • Diarreia crônica.
  • Doença renal.
  • Doença hepática.
  • Doença cardíaca.
  • Danos nos outros órgãos.
  • Acidente vascular encefálico.

O tratamento desse transtorno alimentar deve envolver um endocrinologista, um nutricionista especializado em transtorno alimentar e um profissional da saúde mental. a diabulimia é um grave distúrbio de saúde mental e não pode ser tratada apenas reforçando a educação sobre diabetes ou enfatizando os perigos das complicações.

Site ajuda: http://www.diabulimiahelpline.org/blog

 

Por Sabrina Dadalto
Revisão de Christine Rolke

Referencias:

https://www.nationaleatingdisorders.org/diabulimia-5

https://www.diabetes.org.br/publico/dia-mundial-de-alerta-para-os-transtornos-alimentares/1296-diabetes-tipo-1-e-transtornos-alimentares-dra-claudia-pieper

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Christine Rolke

Christine Rolke

Sou mãe de 3 meninas lindas. Quando minha segunda filha, Livia fez 13 meses de idade ela foi diagnosticada com diabetes mellitus tipo 1. Isso fez com que minha vida mudasse e trouxe muitas dificuldades que me fizeram estudar a fundo a DM1.

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